No Anuário de Chaves de 1951 foram publicados quatro anúncios de comerciantes de Vidago existentes nesse tempo.
Ficha técnica deste Anuário: Carlos Palmeira, Autor António Manuel Pereira, Direcção técnica Edição da Nova Tipografia | Chaves 1951 Agradecimentos: Blog Chaves Antiga
No seguimento da crónica de Floripo Salvador, publicada ontem, sobre o fatídico acidente rodoviário, ocorrido a 20 de Dezembro de 1964 e que vitimou sete pessoas, publico hoje a notícia da última página da edição de 21 de Dezembro de 1964, do jornal "Diário de Lisboa".
Sobre este acidente tudo já foi dito na crónica do Floripo. Só me resta, mais uma vez, agradecer ao Floripo Salvador e ao Augusto Oliveira pela realização desse trabalho que ficará disponível para sua consulta. Um abraço e boas festas...
quarta-feira, 19 de dezembro de 2018
ACIDENTE DE OURA - EFEMÉRIDE
NOTA INTRODUTÓRIA AO VÍDEO
DESCRIÇÃO DO ACIDENTE
Aproximava-se o Natal daquele ano de 1964. Estávamos a 20 de Dezembro e era um Domingo. O Vidago Futebol Clube tinha ido jogar a Vila Pouca de Aguiar com o Clube local. A rivalidade entre as duas agremiações desportivas foi sempre muito vincada. Este facto suscitava, sempre, um enorme entusiasmo dos respectivos adeptos quando os dois clubes se defrontavam.
Nesse âmbito, não foi diferente aquele fatídico dia. De Vidago partiu para Vila Pouca de Aguiar muita gente que utilizou os mais variados meios de transporte. Automóveis, ciclomotores e, também, um autocarro transportaram adeptos do Vidago Futebol Clube percorrendo os 17 quilómetros que separam ambas as vilas. O resultado do desafio (o facto menos importante desta crónica e da negra história daquele dia) foi a vitória do Sport Clube Vila Pouca por 2-1.
O regresso a Vidago das pessoas que utilizaram o autocarro ficou marcado por uma enorme tragédia. Quando começou a descer o Reigás, a viatura teve uma avaria mecânica nos travões. O motorista, em pânico, não escondeu a iminente catástrofe. As dezenas de passageiros viveram angustiadas e de forma tenebrosa os minutos que precederam a colisão do autocarro com uma furgoneta que seguia em sentido contrário e que originou, já em Oura, a precipitação deste para a via-férrea.
As consequências foram dramáticas: sete mortos e dezenas de feridos, alguns deles com tal gravidade que lhes deixaram sequelas para o resto das suas vidas.
OS DEPOIMENTOS DOS ENTREVISTADOS
Todos os depoimentos na entrevista do vídeo em anexo foram importantes. Porém, impossível não relevar o decisivo e audacioso papel que teve o já saudoso, Albano Salgado, a propósito da sua odisseia aquando desta catástrofe. Quando se apercebeu do acidente e do autocarro atravessado na linha do comboio vislumbrou, lá longe e com a noite a cair, a composição ferroviária procedente da Régua. Correu ao seu encontro e apareceu em frente à locomotiva. Tirou a camisola que trazia vestida e desfraldou-a a fim de que fosse mais facilmente reconhecido pelo maquinista. Entretanto, o comboio abrandou a marcha mas não parou. Albano Salgado atirou algumas pedras no sentido do vidro pára-brisas da locomotiva. O maquinista confessou mais tarde que temeu que fosse um acto de vandalismo e, por isso, não parou, de todo, o comboio. É quando Albano Salgado se arrojou a entrar para o varandim da última carruagem onde encontrou o funcionário (revisor) que o repeliu. Envolveram-se ambos em escaramuça e Albano, no vigor dos seus 20 anos, arrastou o seu antagonista de aproximadamente 40 anos até ao instrumento de emergência (alarme com puxador) que accionou. Foi então que se ouviram as rodas da composição num chiadouro infernal até, por fim, se imobilizarem. Entretanto os empregados da CP aperceberam-se da realidade do que estava a acontecer e tudo se alterou. O revisor agarrou-se a Albano pedindo-lhe muitas desculpas pelo sucedido e, inclusive, por o ter ferido com o alicate.
OS VÁRIOS INTERVENIENTES DO SINISTRO
Após estes caricatos momentos, Albano Salgado, assim como Desidério Caetano Leite, José Maria Justo e João Varandas, naturais de Oura e primeiras pessoas a chegarem ao local do acidente, colaboraram no desencarceramento dos sinistrados.
Nunca o heróico Albano Salgado foi reconhecido por quaisquer autoridades governamentais, ou outras, pelo seu bravo feito. Porém, vários sinistrados e também familiares destes, frequentemente, o saudavam recordando-lhe que, sem a sua acção, as suas vidas podiam não existir. Não exageramos se dissermos que, ainda hoje, nos cruzamos com algumas pessoas desta Vila que vão comungando connosco da vida terrena graças à corajosa atitude de Albano.
Lembrar ainda que Albano Salgado, e porque fez parar um comboio, foi chamado a depor na Polícia Judiciária no Porto onde esteve preso durante 18 horas. Enfim, um estúpido excesso de zelo cometido pelas autoridades de então!
Julgo ser oportuno aproveitarmos esta efeméride para alertar as autoridades políticas locais, e não só, que estamos sempre a tempo de reparar uma enorme injustiça cometida a alguém tão generoso e valente como foi Albano Salgado. Este humilde e corajoso homem evitou uma catástrofe de consequências incalculáveis: o comboio, se não fosse a sua acção, colidiria com o autocarro sinistrado, provavelmente descarrilaria e o número de mortos teria sido aterrador.
Albano Salgado partiu para a eternidade há escassos dois meses e poucos dias após nos ter concedido o testemunho vivo das suas recordações sobre o acidente do autocarro de Oura. Para quando uma merecedora e específica homenagem (ainda que a título póstumo) por parte dos responsáveis políticos para com Albano Salgado?
OS FALECIDOS NO ACIDENTE
Dos residentes ou naturais de Vidago faleceram, à data do acidente, José Ferreira “José Calceteiro”, José Gertrudes “José Lindinho”, Aníbal Santos Almeida e Maria Alice Sousa Teixeira. Para além destas quatro pessoas pereceram, também, o motorista do autocarro, Germano Carvalho Batista, natural de Chaves e, ainda, dois dos três passageiros da furgoneta colidida pelo autocarro.
Nessa altura, os meus 16 verdes anos gravaram, para todo o sempre, episódios lancinantes de toda a história que envolveu um dos mais marcantes acontecimentos que abalaram Vidago. Era gente que deambulava pela Vila tentando saber da sorte do familiar, ou amigo, passageiro do autocarro; o sibilar das sirenes de bombeiros em marcha estonteante; viaturas particulares a velocidades perigosas transportando os feridos mais graves para o Hospital de Chaves e gritos de dor por parte dos familiares dos acidentados, junto à residência do médico, Dr. João Canavarro, que funcionou como improvisado posto de primeiros socorros para as situações menos graves. Nesse fatídico dia, a então empregada doméstica, Ondina Castanheira, foi a improvável e utilíssima enfermeira que coadjuvou o Dr. João Canavarro num extenuante trabalho de assistência aos feridos.
Por fim lembrar que foram muitas as histórias que se contaram e que tinham a ver com desistências à última hora da viagem do autocarro; troca de passageiros utilizando outro qualquer meio de transporte; gente que se atrasou a almoçar e já não conseguiu apanhar o autocarro; outros que apanharam boleia no regresso na viatura de um qualquer amigo, etc, etc. Enfim, histórias que o destino, implacável, nos reserva.
OS QUE, MAIS TARDE, PERECERAM
Uma palavra de eterna saudade para os que, ainda que sobreviventes do grave acidente, já nos deixaram há muito: Adriano Correia, Alberto Pinto Carvalho, Ana Maria “Farrica”, António Almeida “Andorinha”, António Araújo “Russo”, António Guilherme Brás, Avelino de Jesus Silva “Avelino da Carlota”, Celeste Aurora Dias; Fernando Ferreira, Firmino Correia, Inácio da Silva, Júlio Sousa “Carroças”, Júlio de Sousa “Júlio da CHENOP”, Luís Simões “Piorro”; Manuel Salgado “Finta”, Manuel Sousa Ferreira, Saul de Almeida, Secundino Teixeira e Valdemar Vaz, entre outros.
OS AINDA VIVOS
Tempo, ainda, para evocar nomes que integravam a meia centena de passageiros do fatídico acidente da SCANIA CI-85-37, da Auto Viação do Tâmega, e que ainda comungam connosco da vida terrena: Alda Brás Portelinha; Américo Salgado, Ana Maria Almeida, António Manuel Portelinha Almeida; António Santos Parada; Cândido Brás Portelinha; Joaquim Aguiar, Joaquim Ferreira Moura; José Manuel Teixeira, Júlia Silva “Júlia Açucareira”, Maria Augusta Portelinha; Maria do Céu Portelinha, Maria Clara Portelinha; Rosa Pires Almeida; Rui Fernando Portelinha e Sebastião Aguiar, entre outros.
A RECONSTITUIÇÃO ORAL DE ALGUNS INTERVENIENTES
Neste vídeo cujas imagens foram colhidas por Augusto Oliveira, e ouvindo os testemunhos de pessoas que viveram o drama, tentámos efectuar, da forma mais fiel possível, a reconstituição, oral, de um acontecimento marcante da Vila de Vidago no longínquo dia 20 de Dezembro do ano de 1964 e que enlutou toda a região desta Estância Termal.
O ADEUS DE ALBANO SALGADO
Por último referir, ainda, que Albano Salgado já não pode comungar connosco, nesta data, a visualização do vídeo nem a leitura desta Nota Introdutória. Porém, é sempre confortável saber-se que, não obstante as condições precárias de saúde no culminar do calendário da sua vida, ainda teve a oportunidade de desfrutar a sua própria entrevista no aconchego do seu lar, em Vila do Conde, dias após ter sido entrevistado.
Boas Festas | Fröhliche Weihnachten | Sretan Bozic | Glædelig Jul | Vrolijk Kerstfeest en een Gelukkig Nieuwjaar! Vesele vianoce | Feliz Navidad y próspero ano nuevo | Hyvää joulua | Joyeux Noël | Kala Christouyenna! | Merry Christmas | Buone Feste Natalizie | God Jul Pozdrevlyayu s prazdnikom Rozhdestva | God Jul och gott nytt År | Chuk Sung Tan |
Este documentário, do realizador Cândido Costa Pinto, leva-nos ao ano de 1961 e através da sua câmara faz-nos um panorama das mais importantes termas em Portugal.
“VIDAGO PALACE”, a coprodução RTP/TVG chega aos EUA
A série criada por Henrique Oliveira e produzida pela HOP!, arranca no mercado internacional com grande êxito.
A série “VIDAGO PALACE” regressa do MIPCOM 2018 em Cannes, o mercado de televisão mais importante do mundo, onde acaba de conseguir as suas primeiras vendas internacionais. A coprodução portuguesa-galega poderá ser vista nos Estados Unidos através do canal de televisão por cabo ACORN TV, o serviço mais popular de streaming com conteúdos britânicos e internacionais nos EUA. “VIDAGO PALACE” converte-se assim na primeira série rodada em português a ser emitida em território norteamericano.
Esta não é contudo a única venda que obteve a série, que também poderá ser vista na Polónia através do canal público de televisão Telewizja Polska. A distribuidora encarregue de negociar a venda de direitos da série, Banijay Rights, confirma que este é somente o começo do que se prevê ser um próspero percurso internacional.
O drama romântico “VIDAGO PALACE” é a primeira série coproduzida entre a RTP e a TVG, os dois canais públicos de Portugal e Galiza. Criada e realizada por Henrique Oliveira e produzida pela HOP! também em coprodução com a produtora galega PORTOCABO, narra uma história de amor impossível entre uma jovem sonhadora e um jovem determinado, de diferentes classes sociais, em pleno início da Guerra Civil Espanhola, situada na idílica envolvente do hotel de luxo VIDAGO PALACE.
A série, emitida na primavera de 2017 com boas audiências em ambos os territórios, faz parte de um acordo para estabelecer uma linha de produção entre ambos os canais. Um acordo que sem dúvida será reforçado pelo êxito de vendas do “VIDAGO PALACE”.
Fonte: Hop Filmes (Facebook)
O blog "Meu Vidago" agradece e felicita a HOP Filmes, a Portocabo e em particular o realizador Henrique Oliveira. Não posso deixar de agradecer, também, todos os actores e figurantes desta série, que sem eles esta série não seria de 5 estrelas. Para rever os episódios, clicar aqui Um abraço e até breve...
Em 20 de Novembro de 2008, tudo começava assim com a 1ª publicação:
Vidago 1930
Estávamos no ano de 1930 quando a gráfica "Empreza Bolhão-Porto" produziu este pequeno guia turístico sobre "Vidago - Estância de Cura e Repouso". Um guia muito completo para a época. A capa, como poderão ver, é muito bonita. E como se trata de um guia, não poderia faltar um mapa de Portugal com as estradas do país!
Este guia foi adquirido, em 2007, na Livraria Chaminé da Mota - Porto.
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- E depois deste dia, foram publicados vários documentos e muitas imagens do passado de Vidago, que nos ajudam a perceber a história desta vila e suas termas.
Em dia de aniversário, elaborei este pequeno filme, onde escolhi 50 imagens destes 3653 dias e que dedico a todos os amigos, seguidores e sobretudo aos vidaguenses.
(para visualizar o video com som, clicar na imagem)
E é tudo por hoje, em dia do 10º aniversário do blog, continuando a publicar os pedaços de papel que teimam em ficar "vivos". Um abraço e até breve...
(Descrição no verso - A nova igreja enquadrada n´um mar de verdura)
"Pensão do Parque, Vidago - 16 de Set de 44 Meu caro Amigo, Com uma viagem de 14 horas, devido à lenha húmida nesta subida do Vale do Corgo, não pude ficar no meu acostumado hotel...". Excerto do texto escrito, no verso deste bilhete postal, por um aquista, no verão de 1944. Um abraço e até breve...
Penúltima publicação das fotografias de Vidago que fazem parte da "Colecção Nacional de Fotografia", disponível no CFP - Centro Português de Fotografia.
Publico hoje a segunda publicação das fotografias de Vidago que fazem parte da "Colecção Nacional de Fotografia", disponível no CFP - Centro Português de Fotografia.
(Lago do parque do hotel Vidago Palace |1910)
(Chegada ao hotel Vidago Palace |1910)
(hotel Vidago Palace |1910)
(hotel Vidago Palace |1910)
Daqui por mais alguns dias publicarei a terceira e penúltima publicação com as fotografias de Vidago do CFP - Centro Português de Fotografia.
O solar dos Machados fica situado no Largo do Olmo, assim como a sua capela. Este edifício pertenceu a familiares do General Sousa Machado, oficial do exército que deu o nome à rua onde se encontra este majestoso solar. A fachada ostenta o brasão alusivo ao nome da família e está datado dos fins do Século XVIII.
Este será um de quatro posts sobre mais algumas das fotografias de Vidago que fazem parte da "Colecção Nacional de Fotografia", disponível no CFP - Centro Português de Fotografia.
(vista do hotel Vidago Palace | Junho 1911)
(Pessoas olhando para o hotel Vidago Palace | Junho 1911)
(Entrada do hotel Vidago Palace | Junho 1911)
(Lago do parque do hotel Vidago Palace |1910)
Os outros 3 posts serão publicados aos longo do mês de Novembro.
O Dia Internacional dos Arquivos foi instituído pela Assembleia Geral do CIA – Conselho Internacional de Arquivos, realizada no Québec, em Novembro de 2007. Foi escolhida esta data, por ter sido precisamente a 9 de Junho de 1948, que a UNESCO criou o CIA – Conselho Internacional de Arquivos.
O objectivo da criação de um Dia Internacional de Arquivos é proporcionar condições para que se desenvolvam acções de promoção e divulgação da causa dos arquivos em todo o mundo.
O Blog “Meu Vidago” junte-se à esta celebração do Dia Internacional dos Arquivos de 2018, uma vez que o principal objectivo deste blog é de divulgar documentos, que mais tarde serão parte de um arquivo sobre a vila e termas de Vidago.
(primeiro bilhete postal da minha colecção, adquirido em 1991)
É com estas e outras imagens que este blog vai fazendo o arquivo de Vidago para as futuras gerações que nela poderão reencontrar o passado desta vila entranhada nas serras transmontanas.
Em Maio de 1911, a então aldeia de Vidago recebia um grupo de congressistas do norte, vindo de Vila Real, ficariam hospedados no Vidago Palace Hotel.
(Legenda: 1-grupo de congressistas na escadaria do Vidago Palace, 2-os congressistas no parque de Vidago, 3-na fonte das águas thermaes de Vidago, 4-no parque de Vidago)
(Legenda: 1-o lago do parque, 2-na nova fonte das águas de Sabroso, 3-a visita às instalações, 4-o dr. Azevedo, médico da Companhia de Vidago, Raul Lino e Emygdio da Silva que dirigiu as excursões do norte, 5-junto ao lago-clichés de Benoliel)
Transcrição do texto: Em Vidago a empreza das aguas offereceu um jantar aos congressistas no magnifico hotel sendo no dia seguinte visitados os lindos jardins e as fontes, indo vêr tambem as nascentes de Sabroso que os deixaram surprehendidos. Retiraram no dia 25 depois de grandes manifestações.
No seguimento do meu post com as fotografias de Vidago disponíveis no CFP - Centro Português de Fotografia, hoje é a vez de publicar três fotografias do arquivo do EFP - Espólio Fotográfico Português. Ambas as fotos fazem parte do espólio da "Foto Beleza", fundada por António Beleza em 1907, na Rua de Santa Teresa, Porto.
A Fotografia Beleza deixou um conjunto de várias centenas de milhares documentos fotográficos - um dos maiores espólios que, até ao momento, se conhecem em Portugal, nos quais se incluem mais de 10 000 fotografias em chapas de vidro, de paisagens, nomeadamente paisagem urbana. As restantes espécies são retratos de pessoas do Norte, com relevância para o Porto e arredores.
(Avenida Teixeira de Sousa- ao fundo o Vidago Palace Hotel)
(Avenida Teixeira de Sousa - ao fundo o Vidago Palace Hotel)
(Entrada de Vidago pelo lado Sul - à esqª o Vidago Palace Hotel)